Eu ainda tenho uma criança dentro de mim
Por Jaqueline Masotti
Acordar. Ver sua mãe preparando algo para você tomar no café da manhã, normalmente um leite com chocolate. De preferência na famosa mamadeira. Ah, não me diga que você não sabe o que é uma mamadeira?! Amigo, procure no Google. Pegar um cobertor se estiver frio. Nem há necessidade de retirar o pijama. Deitar no sofá da sala e pegar o controle remoto, sintonizando no Bom Dia e cia, ou na TV Globinho, ou no Cartoon Network (quando esse ainda era fantástico), ou, no meu caso, Tv Cultura. Sim, essa era a única preocupação da minha vida. Preocupava-me em ver Teletubbies, O pequeno urso e um programa, que até hoje é um dos que mais marcaram minha infância e acabou por influenciar profundamente nos meus sonhos acadêmicos, Catalendas. Sim, ver esses programas infantis me faziam mais feliz do que ganhar dinheiro. Como eu gostava. Fora a nostalgia que me dá quando relembro.
E o mais legal era quando ficava doente e não ia à escola, podendo assistir o bloco da tarde, vendo Lagoa Azul, que ainda considero impróprio para o horário, ou as histórias da bruxa Sabrina. E é exatamente ver
esses desenhos que me faz perceber que, apesar da sociedade insistir que eu
vire uma adulta e corra atrás do meu diploma e de um emprego, o quanto ainda
sou criança. Quando tenho tempo, pego-me assistindo algum desenho no Youtube
mesmo, e relembrando as mais adoráveis aventuras que esses pedaços de um mundo
fantástico me proporcionavam. E, agora o meu único pedido, não deixe que isso
morra. Não deixe que as suas crianças tornem-se adultas antes do tempo.
Proíba-as de querer ser algo que ainda não é preciso ser. Permita-as que
procurem aproveitar cada momento matinal para ver seu desenho favorito. Não há
nada mais triste do que ver crianças iniciando relacionamentos, sendo que ainda
nem são capazes de entender o verdadeiro significado do amor, que, aliás, o ser
humano leva mais do que uma vida para compreender.
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