Rabisco da Mente

Por favor, deixe-me dormir! 
Por Jaqueline Masotti 

   Imagine a seguinte situação: Você está cansado, pois levantou cedo para ir à faculdade e está doente, pois com essas mudanças climáticas alguns indivíduos, como eu, acabam adquirindo algum tipo de resfriado. Imaginou? Bom, acredito que isso já ocorreu com todo mundo. Por uma infelicidade do destino, ou no meu caso problemas pra dormir cedo (vulgo, internet e textos da faculdade), você acaba indo dormir quase uma da manhã. Isso, sem dúvida, já ocorreu com você. Não negue. Resumindo a formidável ópera, você pega o seu cobertor quente e seu travesseiro fofinho e tenta deitar-se nos braços de Morfeu. Entretanto, nada nessa vida é fácil. Infelizmente, alguns indivíduos abusam do que chamamos de liberdade de expressão. Esses agradáveis indivíduos a que me refiro são os funkeiros. Não, eu não tenho preconceito se você ouve funk, ópera ou metal. Por mim, você pode escutar o que quiser, todavia, se for ouvir de madrugada, por favor, ouça baixo. De preferência, use fones de ouvido. 

   Mas a questão não é o problema que tenho com meus adoráveis vizinhos, e sim, o problema que muitos de nós enfrentamos: o péssimo uso da liberdade de expressão. Sem dúvida, ela foi uma das melhores invenções da humanidade, não nego, pois sem ela eu não estaria aqui escrevendo um texto, estaria, talvez, até presa por algumas de minhas ideias. Entretanto, ela, como todo tipo de liberdade, tem limites. A fronteira dela é quando atingimos a área de liberdade expressiva de outro indivíduo. Não entendeu? Não se preocupe, é difícil de entender. Um filósofo anarquista, ou iluminista (infelizmente não vou me recordar da aula de História que tive na sétima série sobre isso), definiu essa ideia de liberdade. E é muito interessante, assim como o Anarquismo, mas difere deste pelo fato de ser mais facilmente aplicável. Sim! Você pode muito bem ouvir o seu funk, usufruindo de sua liberdade, mas, por favor, respeite o outro ser humano que quer dormir, não interfira na liberdade dele. Afinal, assim como é seu direito estourar seu miolos ouvindo qualquer gênero musical, é meu direito preservá-los. Portanto, use o fone de ouvido e deixe-me dormir.