segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


Então bom Natal?
Por Gustavo Gonçalves

   Sei que começar um texto natalino sendo arrogante não é lá muito agradável, tampouco harmonioso. Também sei que ficar desejando, falsamente, coisas que de fato não desejo a todos da mesma forma é prosaico e cansativo. Mas sem essa de que papai noel é só um símbolo comercial, de que o natal é uma data capitalista, de que tudo não passa de um investimento do Marketing. Posso reduzir minha vida inteira a um valor monetário, não posso? Por exemplo, fazer as contas de quanto dinheiro vou gastar em toda minha vida e dizer que valho aquilo. Porém, isso corresponderia a totalidade do que é a vida? Óbvio que não. Onde estão os bons e velhos otimistas para jogar as frases de efeito agora e dizer que o natal, assim como tudo na vida, não passa de uma forma de se iludir e se desfrutar do que vier?!
   Não pretendo que ninguém passe a acreditar em papai noel, muito menos pretendo entrar nessa discussão de que ele é uma coisa ou outra. Pelo saldo dos noticiários do ano inteiro, acho que seria mais plausível fazer um grande dia da depressão humana. Mas é aí que entra "a magia do natal", não se trata de simplesmente ignorar a vida e dizer "Oba! Festa!" (não que para algumas pessoas literalmente não passe disso), mas é um momento de se ignorar os fracassos e tragédias e buscar esperança. Não estou aqui idolatrando o natal, mas sim pondo esta data como um referencial para repensarmos algumas coisas na vida e procurarmos um caminho mais saudável para os problemas.


   Você não precisa acreditar no bom velhinho, se a ideia lhe for muito ridícula e irreal. Mas ficar aí parado xingando o mundo e reclamando de tudo na vida não vai colaborar muito. Seja esse bom velhinho e pronto, seu natal irá começar a ser diferente, primeiro porque acaba de se concretizar algo que você mesmo duvidava, segundo porque mudanças sempre geram mudanças, então quem sabe assim você não para de reclamar tanto?!
   Um pouco de amor, fraternidade, compaixão, afetividade e alegria não fazem mal a ninguém. Se a grana está apertada esse ano, pelo menos promova essa ideia de ser um ser humano melhor, o natal não precisa ser comercial se há verdade naquilo que se faz. Um presente sempre é bom, lógico, mas nada nessa vida substitui a realização de se conviver com boas pessoas.
   Ainda que o natal seja uma data cristã, peço aos meus amigos ateus para que quebrem um pouco essa rigidez antirreligiosa. E também faço uma ressalva aos queridos religiosos que adoram promover suas benfeitorias em nome de Jesus. Parem com isso! Façam por vocês, sejam a melhora que querem ver no mundo, ficar fazendo isso em nome de outra pessoa ou entidade é hipocrisia. Antes de qualquer coisa, não passamos de meros mortais que precisam melhorar eternamente, e por que não obter ajuda para isso?!
   A todos que me desejam um feliz natal tenho a lhes desejar o mesmo. Já ao resto, e sei que muita gente não se importa comigo e com o que escrevo, mas, ainda assim, desejo que continuem progredindo nessa vida e se tornem seres humanos melhores.

sábado, 17 de novembro de 2012


Carta à Mulher Imbecil

   Planeta Terra, 17 de Novembro de 2012

   Prezada Mulher Imbecil,
   É lamentável que você se sinta mulher antes mesmo de humana. Não posso culpá-la tanto, já que a verdadeira fonte do problema são as pessoas idiotas que já habitavam esse mundo e iniciaram essa corrente segregacionista entre homens e mulheres.
   Engula sua língua ferina antes de prover o mesmo charlatanismo de pessoas mal amadas, homem não é tudo igual, entenda! Se está difícil de raciocinar, então façamos uma analogia: caso eu beba água todo dia no rio Tietê em São Paulo, logo irei afirmar que água é suja e não presta. Entretanto, é um sofisma afirmar tal coisa, pior, uma ingenuidade. 
   Mas não sejamos tão delimitados assim, pois você, Mulher Imbecil, até conhece homens que poderiam fazer diferença em sua vida, preocupar-se de verdade com você, ser toda aquela esperança que você tem de um companheiro na vida, mas você é burra, Mulher Imbecil. Normalmente esse cara entra na sua vida como um amigo e acaba como um "homossexual sacro" em sua mente. Claro, essa metamorfose pois ele não é um malandrão.
   Não lamente que você é infeliz, que você não encontra um homem honesto, que já está cansada de sofrer e nunca aproveita a vida. Sabe por que você não pode se lamentar? É simples, pois esse caminho foi você quem escolheu. Você é tão estúpida e cega que dificilmente enxergará o que você procura na pessoa que possui tais características. 
   Antes que pense ser praga, trata-se somente de um conselho, se não quiser acordar um dia com trinta anos, quatro filhos birrentos e malcriados, um marido porco, alcoólatra e fracassado; ter que esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque, sugiro que você comece a pensar melhor no tipo de homem que procura. 
   Minha intenção não é exaltar o sexo masculino e rebaixar o feminino, pois existem imbecis que não mereciam direito à vida de ambos os lados, minha crítica é a você, Mulher Imbecil, pois quem, se não você mesma, para desgraçar a vida de um humano disposto a fazer algo melhor por esse mundo?!
   Suplico-lhe que deixe de ser tão burra, superficial, e acima de tudo, medíocre. Seu universo não prospera por um simples motivo, ele não existe nas pessoas que você procura. 
   Atenciosamente,
   Homem Atingido.
 

domingo, 26 de agosto de 2012


Dos noventa e quatro não beijei
Por Gustavo Gonçalves

   Agora que morri não hei de restringir a ninguém a verdade, afinal, ainda que houvesse alguém para me fazer mal, o que faria? me mataria? Oras, sandices, não se pode morrer duas vezes, se não se anula o sentido da primeira morte e a torna fajuta. Mas deixemos de lado os sentidos fúnebres, cá falemos (e note que o mais apropriado seria escrevamos) das paixões da vida, pois de nada vale uma vida sem uma inquietação sentimental feliz e agonizante.
   Foram muitas, tantas garotas, tantas mulheres - o leitor pode acusar-me de filógino, ou pior, de tarado, mas vale lembrá-lo de que estamos proseando sobre meus noventa e quatro anos de vida terrena - e todas incríveis. Sei bem que entregando o enredo por essa introdução infere-se certas coisas, que não tenho intenção de enganá-los, muito menos de não as lhes dizer de forma completamente verídica. Contudo, se o astuto leitor pensou em romances cheios de amor e beijinhos, foi precipitado e ingênuo.
   Morri há pouco, mas a verdade que lhes conto ainda me incomoda um tanto razoável. Enfim, encerre-se tal vergonha tola, cá hei de lhes dizer tudo! Fica nem um pouco bem a um velho defunto dizer isso, mas tenho comigo que a vida foi injusta, e eu não oportunista como deveria. A verdade é que não tive nenhum parente de sangue meu para ajudar a depositar as flores em meu caixão nem lágrimas que me tornassem um importante póstumo. Esta melancólica verdade deve-se ao fato de que estava presente em todos os velórios familiares, sendo assim, fui o azarado. Deve estar o leitor se perguntando de minha família, aquela que se supõe que tinha formado ao longo da vida, porém, cá vale alertá-lo de mais um equívoco, mas que não resulta inútil, tomemos este como ponto de partida.
   Nunca tive família senão a constituída por meus pais e dois irmãos. Sem esmiuçar demasiadamente sobre o assunto, exprimo-lhes apenas que meus pais morreram de câncer na casa dos sessenta. Já a tragédia de meus irmãos (que eram mais novos) foi em uma viagem em família, fui convidado, mas estava indisposto e zelando por minha exponencial preguiça. O acidente ocorreu e os levou para além de seu destino primário, então fiquei só no mundo. Entretanto, se o leitor cá já se demonstrou enternecido, sugiro que reenvie os sentimentos para o destino do qual provieram e os guarde para que fiquem maduros como frutas, pois assim como as árvores, vai saber o momento de desabrochá-los.
   As mulheres a que me referia anteriormente não são ilusões nem contos de vantagem - nada lhes digo aqui senão a verdade - nem picuinha adolescente (acredite, mas já fui um dia). Essas garotas que passaram por minha vida nada mais foram que belas e cândidas imagens femininas, que fizeram despertar em meu coração o sentido da paixão. Conheci-o, vislumbrei-me, peguei por hábito a escrita, como se esta pudesse desacentuá-lo, mas esse sentido entrou de tal forma em minha vida que sem este já necessitava de moletas.
   Deveras agora começa o espetáculo de escárnio e humilhação de minha vida, se o leitor tiver bom coração então se inflará o sentimento contido do qual lhe pedi que reguardasse, caso contrário rirá feito um diabo.
   A primeira menina que me apaixonei, se não me falha a memória, foi por volta dos nove anos, era extremamente graciosa, sedutora - leitor, contenha-se e lembre-se de que cá descrevo minhas reminiscências de acordo com o momento em que as vivi, não sou nenhum velho tarado, homessa - e de cachinhos maternos. Fora esta a dita cuja a me olhar nos olhos e recursar minha paixão com uma horrenda expressão de nojo e um vocabulário que me sacudira o esqueleto, crê que a ousada me dissera: Você é feio demais! Depois do inconveniente tomei para amigo fiel um espelho, o qual muitas vezes me colocava em opinião divergente da qual a garota dos cachos tivera. Também pudera, estamos cá falando de uma abobalhada de nove anos.



  Algum tempo depois do coice da garota (que após o ocorrido já nem me parecia lá grande coisa) acabei por arrumar uma nova paixão. Fora aos quinze - é bem verdade que tivera outras no intervalo, porém nada que se valesse de minhas palavras para registrá-las - e com direito a investidas, pois já estava grandinho demais para apenas observá-la. Com sorte a menina não recusou meu diálogo de introdução, para ser sincero até me achou interessante. Por alguns dias nos conhecemos melhor, enrijecemos os laços afetivos, parecíamos nos empenhar muito bem nesse promissor relacionamento, meu coração tentava pegar por hábito o aceleramento cardíaco, e era esse meu maior desfrute. Até que um dia, vendo que a situação já estava um tanto madura tomei a liberdade de contá-la meus reais sentimentos e intenções. Logo após meu discurso infalível procederam as seguintes palavras: Eu gosto muito de você, mas o que eu sinto por você é apenas amizade, me desculpe.
   Imagino que o caro leitor já deve ter sentido o gosto amargo da rejeição levemente pulverizado com o doce da amizade para tornar-se mais fácil a digestão. E devo acentuar que este amargo permanece por muito mais tempo que aquele do insulto, o qual acaba incinerando a paixão e criando cinzas para a constituição da próxima. Já o amargo com amizade faz do sentimento uma serpente, que constantemente estimulada pelas lembranças lhe insere uma boa dose de veneno no peito.
   O terceiro caso já havia passado quatro anos do último. Nesta idade que se aproxima dos vinte e que recua da adolescência é uma época um tanto curiosa e decisiva. Encontram-se pessoas determinadas ou totalmente desorientadas, o que afeta muito o nível de amizade de alguns, há aqueles poucos que tomam por impulso e destino tornarem-se adultos, ao tempo que o restante sustenta a própria personalidade pueril por tempo indeterminado. E foi nesse caos psíquico em que encontrei minha terceira paixão mais marcante.
   Gostaria de amadurecer-lhes o contexto antes de seu desfecho. Esta que tomou meu coração era uma linda ruiva, que habitava em frente a minha casa (bons tempos, época em que ainda todos em casa possuíam vida). Já não mais frequentava a escola, porém viajava todos os dias para concluir meu nível superior que comecei no mesmo ano em que a conheci, sendo assim, os finais de semana nos reservava alguns encontros espontâneos. Nossa situação progredira muito em um curto espaço de tempo, e para meu contentamento a ruiva não possuía cachos, nem me tratava como seu zeloso amicíssimo.
   Reservo-lhes os detalhes de um dia em que minha corrente sanguínea fluíra como nunca antes, mas por um acaso do maldito destino os acontecimentos não assim fluíram tão bem. Um dia a ruiva convidou-me para que lhe fosse fazer companhia num café da tarde. Assim se sucedeu e como um ator que já precede a história a ser atuada, fui crendo em papéis de Romeu e desenlace de Cinderela. Pode o incrédulo leitor pensar que não se passa de uma exaltação de minha parte, que por lógica torna-se parcial a descrição. Entretanto vale-se da também lógica de não possuirmos outra referência de nossa própria vida senão a registrada por nossos próprios globos oculares em sinestesia com os demais órgãos.
   Retomando os fatos, a ruiva sentou-se no sofá rente ao meu corpo e então iniciamos um diálogo insinuante, levemente voluptuoso e de aparente futuro. O calor que me fazia afogar em sudorese era ao mesmo tempo apaziguado pelo frio da barriga, o que me transformava numa mistura um tanto inusitada de homem de fogo com pés e mãos de gelo. Um beijo finalmente estava prestes a ser escrito em minha lápide, porém fora roubado pelo ascendente medo da cúmplice, que após o momento descrito parecia recobrar a consciência e assumir a apatia dali em diante. Com um certo ar de determinação a ruiva disse-me: Me desculpe, eu não posso fazer isso, eu tenho namorado.
  Depois desse fracasso amoroso vários outros se sucederam, mas tornemos mais breve os relatos para o leitor não se enjoar e tomar por preferência as televisões, afinal estamos falando de uma longa idade de acontecimentos. Contente-se em saber que minha vida foi seguindo e até moderadamente feliz, se não fosse pelos acontecimentos fúnebres familiares que presenciei e cá os descrevi. Fui tornando-me senil e cada vez menos crente e mais frígido em relação ao assunto que me tornava uma peça rara no mundo à medida que o tempo ia se esvaindo.
   O privilégio da idade me fizera conhecer e entrar em contato com novas situações quase tão salientes quanto a de meu terceiro caso de paixão, porém, como obra do diabo sempre me faziam acalentar o corpo e logo dar com os burros n'água. Moças solteiras, moças de compromisso fixo, senhoras casadas, idosas viúvas... de todas me fiz conhecer e admirar, porém nunca as fiz minhas, nem por um mísero momento que fosse selado por nossos lábios.
   Agora tem o leitor a razão de não haver relatos de famílias de meu sangue descritos, pois bem sabe que o amor é como uma montanha em que possui suas etapas até a chegada ao ápice, e sem um beijo não se há filhos, não por lógica, mas por conveniência contextual.
   Perdoe-me por minha desatenção - que é comum no mundo da morte, já que não há mais motivos para fazer da preocupação tão presente como antes em vida - mas meu nome é Estevão Lopes, ou para o leitor mais bem humorado, Virgem Maria. Decerto poderia orgulhar-me de minha integridade virginal se não fosse por um infeliz inseto, um mosquito, que em minha meia idade retirou abruptamente e sem piedade a virgindade de minhas orelhas. Porém, se cá vale a exploração interespecífica, convenhamos que nem meu corpo é mais casto, já que está sendo abusado pelos seres putrefatos que o consomem.
   E como epílogo desta triste e também irônica história, acho mais interessante ao leitor valer-se de um sábio conselho, que o acrescentará muito: a vida mais é coisa branda a quem não se abusa dela.
 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


Trama de sagacidade
Por Gustavo Gonçalves

   O dia prometia muito, não para todos, mas especificamente a Renan Asinus. Todas as garotas da escola já conheciam sua fama de pegador, para ser sincero até os rapazes. O camarada parecia estar coberto de mel e o formigueiro feminino o seguia para lá e para cá. De dois em dois dias Renan revesava a dupla de garotas que se encontravam agarradas em seus braços, caminhava feito um cafetão pelos corredores da escola (só lhe faltava um charuto cubano).
   Esse dia em questão seria um triunfo para Renan, pois há pouco tempo uma garota chamada Carolina Foetent ingressara em sua escola, mais precisamente no primeiro ano do ensino médio (Renan estava no último ano). O conquistador não se aguentava em si quando viu a menina caminhar pelos corredores a primeira vez, como que em câmera lenta avistou aquele rosto angelical macio e corado, cabelos dourados em corte chanel, olhos azulados contrastantes com o negro da pupila, pálpebras levemente cerradas com uma concavidade felina, o corpo esbelto e sinuoso, um perfume que fazia Renan sentir-se em Paris (ainda que nunca estivera na cidade luz). 
   O prometido era que ainda nessa semana o sedutor deixaria em seus braços a menina mais bonita que alguém já vira. Devido a algumas afobações e desencontros os dias estenderam-se até quinta-feira, mas o seguinte ficou definido como o dia da conquista. E é deste que tratamos, o qual o formoso ícone feminino se preparava para o galanteio fulminante. 
   Não menos comum que os outros, o plano era cercá-la na saída após o fim das aulas, e assim nosso hábil namorador o fez. O inconveniente veio logo após a saída dele de sua sala, pois ao identificar Carolina, esta desviara-se para o banheiro, o qual era contrário ao fluxo de pessoas. Como um cão farejador, Renan a seguiu decididamente e num ziguezague furioso rompeu a massa de alunos e estacou-se diante do banheiro feminino. 



   Os minutos passaram, e nosso sedutor se impacientava a cada segundo. Com medo de ser a piada dos colegas na semana seguinte, tomou uma atitude drástica, entrou no sanitário feminino. Sorrateiramente verificou se não havia alguém o observando - deu sorte, pois não havia uma alma viva sequer - depois atirou-se pela porta do banheiro como se tivesse sido arremessado por outrem, mas sempre abafando seus ruídos. Certificando-se de que mais nenhuma menina se encontrava no ambiente começou a vasculhar os cubículos com privadas, assim que avistou um bem distante e fechado fixou o alvo. Entretanto, ao mesmo tempo ouviu passos e vozes femininas aproximando-se, antes que fosse descoberto e isso lhe custasse uma advertência bem justificada correu para o cubículo ao lado do qual supostamente se encontrava Carolina. 
   Depois de alguns segundos selado no sanitário, percebeu que as vozes tornaram-se cada vez menos audíveis. Programando-se para o que faria, por um ligeiro olhar avistou uma fresta na parede entre seu cubículo e o de sua deusa nórdica. Mais por uma questão de impulso curioso e masculino, Renan espremeu-se contra a parede e passou a observar o cubículo ao lado, onde estava sua futura garota. A beldade encontrava-se exatamente diante de seus olhos, num ângulo não muito generoso, mas que dava para avistar suas nádegas rentes ao assento do vaso sanitário, suas pernas desnudas e no exato momento começava a trocar de camisa.
   Uma explosão de testosterona ascendia dentro do nosso galanteador, a ponto de este não se aguentar e começar a transpirar excessivamente - o que não é para menos, qualquer rapaz que possui uma inclinação sexual à atração feminina suaria litros também - e retirou a blusa. Quando voltou a espremer-se contra a parede o que via era somente o corpo semi-desnudo de Carolina, censurado apenas por um sutiã branco de bolinhas vermelhas e pelo vaso sanitário que cobria sua retaguarda.
   Antes que Renan tivesse de engolir o próximo suspiro, ouviu-se um som estranho, porém muito semelhante ao de quando jogamos uma pedra num lago. Em seguida começou uma série dramática de sons semelhantes, alguns mais altos e outros menos - Carolina estava cagando - e logo um cheiro extremamente fétido atingiu, como uma corrente, as narinas de Renan, que sentiu ânsia quase instantaneamente. Não cessado o espetáculo de horrores, começaram os estrondosos peidos, alguns sofridos (percebia-se pelo esforço de Carolina), mas que resultavam em um claro alívio. Alguns com cheiro de repolho estragado, outros com aroma de feijoada amanhecida e alguns que remetiam a ovos podres. 
   Todo aquele ardor voluptuoso fora cessado e deu lugar ao enjoo do galanteador, não sobrando nenhum vestígio da paixão furiosa. Renan só conseguia ficar falando baixinho consigo mesmo:
   - Por fora bela viola, por dentro pão bolorento com feijão, repolho, ovo e sei lá eu mais o quê, tô é fora, que nojenta!

   

segunda-feira, 13 de agosto de 2012


O pão e circo brasileiro 
Por Gustavo Gonçalves

  Antes que venha um chato defender seu ponto de vista, não estou defendendo pontos de vista, mas sim o fato simples e prático da realidade. Levando isso em conta começarei pelas novelas. Não ocorre forma mais medíocre e enojante de entretenimento que as novelas, primeiro porque esse tipo de material não acrescenta nada de útil para melhorar a vida das pessoas (salvo aquelas que relatam épocas diferentes, culturas desconhecidas ou obras literárias). Depois porque são meros objetos comerciais de fluxo relativo, se as novelas estão uma porcaria, mas mesmo assim as pessoas gostam, é porque as pessoas são umas porcarias. E com isso a mídia só colabora para manter nossa população abandonada na ignorância enquanto vai engordando os bolsos, mas a solução dessa praga está nas mãos da própria população, que enquanto não desligar a TV e ler um bom livro, nada mudará. A não ser que você pretenda se formar em artes cênicas, será uma grande perda de tempo assistir a novelas.



   A política do pão e circo foi empregada no império romano com o propósito de dar comida e diversão à população, assim esta ficava contente e cega em relação às decisões políticas do imperador (não criticando e não se opondo a nada). As novelas, programas de auditório, reality shows e qualquer programação sem consistência informativa e educativa são apenas legados dessa cultura romana (o atual "circo"). Sendo assim, aquele pobre que tem uma vida pacata e um salário indecente continua feliz com sua situação porque tem uma "válvula de escape"(sim, novela é coisa de pobre). Pior ainda é quando a mídia corrompida tenta fazer papel de "boa moça" passando informações totalmente manipuladas com suas concepções políticas. A boa notícia é que há antídoto contra essa picaretagem, a má notícia é que a única forma de combater isso é estimulando a educação, entretanto o Brasil cultiva a ignorância.
   É bem provável que alguns já tenham se doído a essa altura, mas antes que me tachem de chato que abomina a diversão alheia, não se trata disso. Apenas digo que as dimensões dessa cultura midiática de massa não se prendem somente a questões de diversão e relaxamento, é uma questão social de abrangência em várias áreas importantes. Sugiro àqueles que gostam de relaxar e se entreter com conteúdos audiovisuais que assistam a um bom filme. 
   A solução dos problemas do Brasil não estão nas mãos de algum deus benevolente ou de "rezas bravas", mas unicamente na educação de nossa população (agora entende o porquê do governo não se preocupar com esse setor?). Mas infelizmente a solução de algumas coisas em nosso país implica na destituição do cargo de alguns políticos devido a seus interesses pessoais de "encher os bolsos". E enquanto a população não "acordar para a realidade", esses políticos vão fazer o possível e o impossível para prejudicar todos em benefício próprio. E a mídia? Ela é uma prostituta que faz o serviço de acordo com o tipo da demanda, só isso.

quinta-feira, 26 de julho de 2012


Augusto, o pequeno
Por Gustavo Gonçalves

   Queria ser Augusto, que nasceu em caixa de sapato, mamou em bica de torneira, aprendeu a pisar no chinelo com os dois pés. Augusto, que inveja, tão pequeno e tão maior. Nasceu crescido, como rebento de gigante, mas era um anão. E fez vida minha, vida vizinha e vida alienígena menor, na verdade, menor ainda, muito pequena. 
   Augusto era grande, porém um anão era. Mas como no mundo dos humanos, ia crescer, e diminuir. Aprender, mas desaprender. E um dia sair por aí falando de amor, com as palavras secas, o rosto grande, e o coração confuso e pequeno.
   Por favor, Augusto, não sofra a metamorfose. A gente cresce, o mundo diminui. A gente cresce, a vida diminui. A gente cresce, o amor diminui. A certeza diminui, a desconfiança cresce. E assim vai, feito bolha elástica.






   Se Augusto crescer, não mais quero sê-lo, pois eu mesmo serei. Mas se Augusto ficar pequeno, há de ser maior que qualquer um. Há de ter respostas que homens diminuídos procuram, mas que não encontram porque são muito pequenos. 
   E para Augusto ficará reservado a descoberta da cura da AIDS, a primeira viagem a outra galáxia, a paz mundial, o fim da miséria, uma esperança para os diminuídos, pois Augusto será grandioso. 
   O que nosso mundo pequeno chama de loucura é o que Augusto ainda não mostrou. Que a verdade está em se acreditar e que é maior que qualquer certeza.
   A morte é pequena demais para levar Augusto, o grande que decidiu ser pequeno. E em sua caminhada, sobra apenas o grande infinito para acompanhar Augusto, que não diminuiu, mas viveu.

sexta-feira, 13 de julho de 2012


Procura o necessário?
Por Gustavo Gonçalves

   Não é sábio procurar amor, abraços e sorrisos. Isso é puramente da natureza humana. Sábio é procurar a verdadeira sintonia com outro ser, a extrema compreensão. Encontrando isso, chegará ao amor, aos abraços, aos sorrisos, à confiança e ao que mais lhe for benéfico. De fato não é amor que falta entre as pessoas, como amar um desconhecido? Falta é compreensão.



   Ser uma pessoa compreensiva não é ser um abobalhado que não sabe agir quando necessário. Pelo contrário, é ser um alguém sábio o suficiente para administrar cada relação interpessoal com a maior cautela e estima possível, para assim, agir baseado na real verdade. Não há necessidade de brigas quando se compreende as intenções, brigas nessa semântica são conflitos arrogantes e ignorantes com a única finalidade de esvaziar emoções interiores explosivas. Ninguém é perfeito, todos teremos que pedir muitas desculpas pelo resto da vida, mas aprenda  a diminuir isso ao máximo, alguns conflitos nos custam pessoas. E querendo ou não, pessoas são tudo o que temos de mais valioso. Para quem duvida, nem uma chance à vida teríamos se não fosse por elas.

Decepção
Gustavo Gonçalves


   Viver é aprender a se decepcionar a cada dia. Saia da cama sabendo que uma decepção o espera. Pode ser um café da manhã medíocre, uma TV de LED quebrar depois de dois meses de tê-la comprado, ou mais comumente, uma pessoa qualquer. O problema disso é acreditar em tudo, estipular comportamentos ou situações que esperamos que se realizem. E com as pessoas é diferente? Bem, se você tivesse que acreditar e contar consigo mesmo, um dia se decepcionaria.



   Se é difícil de acreditar em si próprio, por que ficar esperando algo dos outros? Não espere, não se decepcione. O que vier nessa vida é lucro. Se até uma TV, que foi baseada em centenas de anos de estudos científicos para ser feita, um dia o deixará na mão, por que acha que uma pessoa com algumas décadas e um pouco de colesterol não fará o mesmo ou pior? Ora, não culpe nada nem ninguém por decepcioná-lo, o único culpado é você mesmo por ter acreditado. Se conseguir erradicar esse tipo de comportamento terá uma vida muito relaxante. E se conseguir tal proeza, sinta-se uma pessoa incrível.

quarta-feira, 11 de julho de 2012


Rap dos manos!
Um incentivo aos estudos através da música, apoie essa ideia!


Rap do Trovadorismo



Rap do Humanismo


Amigo Protótipo
Por Gustavo Gonçalves

Você pensa,
investe na crença,
encontra a presença,
mas não é a recompensa.

Você tenta novamente,
acredita na mente,
e de repente...
a vida, de novo, mente.

Pensa em desistir,
deixar tudo ruir,
o tempo destruir,
mas nova presença vem insistir.

Vem o pavor,
o medo da dor.
Será esse o ator?
Por que torturas, amor?


sexta-feira, 29 de junho de 2012


Pedro
Por Gustavo Gonçalves

   Pedro iria, naquela manhã, acordar lentamente, levantar-se da cama, calçar os chinelos, rumar ao banheiro, sentir preguiça, lavar o rosto, escovar os dentes sentindo preguiça, olhar umas quatro vezes para o espelho e andar até a cozinha para tomar um café da manhã. Mas Pedro tem câncer.
   Pedro iria sair de casa para a escola, pois ele tem quatorze anos, iria para o carro, esperaria seu pai chegar para levá-lo, ligaria o rádio, ouviria uma boa música, olharia a paisagem do trajeto pela janela do seu lado direito, chegaria na escola e sentaria em sua carteira, riria com seus amigos antes do professor chegar. Mas Pedro tem câncer maligno.
   Pedro iria ao centro da cidade com seus amigos depois da aula, compraria um refrigerante, comeria um lanche, iria a uma lan house, seguiria para a casa de um de seus amigos para jogar futebol, depois se divertiria com jogos de video game. Mas Pedro está em estado terminal.
   Pedro voltaria contente para sua casa, tomaria um banho, entraria na internet, assistiria a um programa de TV, jantaria, abraçaria sua mãe, passaria fio dental, escovaria os dentes, deitaria em sua cama, pensaria em seu dia, lembraria de seus amigos, sonharia com as pessoas que ama. Mas Pedro morreu hoje, sozinho em uma maca de hospital.

quinta-feira, 28 de junho de 2012


O Gênio do Silêncio
Por Gustavo Gonçalves

A boca se abre, a mente se fecha
A boca expulsa um turbilhão de palavras reservadas
A mente se guia por novas velhas estradas
E o tempo? Passa.

Há bocas famintas
Há bocas negligentes
Há bocas distintas
Sobretudo, há mentes exigentes

O silêncio é destruído pela boca que se abre
O movimento começa
E a mente se rende

O barulho para
A mente começa a ficar cara
E a boca? Se cala.

terça-feira, 26 de junho de 2012


Para onde vão os amigos?
Por Gustavo Gonçalves

   Que maravilhosa entidade é essa, que chamamos de amigo? A qual está conosco nos momentos difíceis,  e também nos felizes, para torná-los ainda melhores. Entidade essa que nos jura lealdade e fidelidade eterna. Ou que às vezes não jura nada, mas deixa implícito. Como pode tal entidade ser eterna e perdurar na existência mortal e limitada de cada um?






   E aqueles que o tempo simplesmente leva? Leva porque querem ser levados, porque foram descuidados, ou só porque o tempo quis levá-los. Mas cadê as juras de eternidade? Por que juram se não podem cumprir? Por que ser tão leviano com o coração alheio? Alguns já terão a resposta, como "somos humanos, faz parte", mas e daí? Desde quando ser humano é pretexto para sermos uma péssima espécie? A vida é sujeita às atitudes individuais de cada um, as quais se tornam uma manifestação em conjunto. Não adianta reclamar, se você também faz errado. E cadê o amigo? Acho que morreu nos braços da esperança.

domingo, 24 de junho de 2012



O Homem Medíocre
Por Gustavo Gonçalves

   O homem medíocre não tem sexo
   O homem medíocre só sente, ou só fala
   A cara dele é morta
   A vida dele é torta.


   O homem medíocre não vê seu reflexo no espelho
   O homem medíocre é ventania
   A casa dele é a rua
   Sua ambição é crua.


   O homem medíocre vaga
   O homem medíocre se alimenta de almas
   O homem medíocre não pára.


Domingo do Game
Com Luiz Meirelles












quinta-feira, 7 de junho de 2012


Especial: O Diário do Blog
Por Diego Ferraz


                             Quinta-Feira

   Hoje foi um dia complicado, lembra-se da vacina? Então, foi bem tranquilo, a injeção não dói nem um terço do que me falaram. A dor vem no dia seguinte, qualquer movimento rápido que você faz com os braços, já era, dói! Eu estava mexendo no netbook na quarta passada, bem de manhã, e uma abelha tentou me atacar!
   Não dava pra bater nela, meus braços doíam demais, eu fui sair de perto, mas enrosquei o pé no FIO do headfone. E acho que é desnecessário contar o resto.


   Eu torci o pé, o médico disse que eu iria ter que usar uma faixa e que ia ficar uns 8 dias sem ir pra escola. Essa é a parte boa. Mas ontem o Renato (um dos meus melhores amigos) veio me trazer o caderno dele com as matérias que eu perdi. Cara, é muita coisa!
   O pior é que o Renato é desses nerds que detestam coisas erradas, mas nem ferrando que eu ia copiar umas 30 páginas. Inventei uma desculpa de que meus braços ainda estavam doendo muito e que eu não aguentava de sono. Aí ele foi embora e falou que mais tarde voltava pra pegar o caderno então.
   Assim que ele foi embora corri pro scanner e foi um dos maiores alívios que já senti na minha vida.



  Talvez você pense se eu não fico com medo dele ver esse blog e descobrir tudo. Mas não tem a menor chance disso acontecer, ele é meio noiado com tecnologia, nem usa celular porque diz que pode desenvolver câncer em quem usa.
   Mas hoje meu dia foi pior (exceto porque já tirei a faixa), primeiro porque é meu último dia livre da escola, depois porque eu peguei um resfriado maldito. Sem contar que entrei no Facebook e fiquei bem empolgado de ver que tinham 3 notificações, até eu ver o que eram: Solicitação de MeuCalendário-Aniversários, Marvel: Avengers Alliance e um convite para o evento Sabadão da Cocada.
   Até meu celular quis me TROLLAR, recebi duas mensagens. Só que as duas eram da operadora, uma falando de recarga e a outra de promoções. Não é possível que as pessoas só se lembrem de mim pra enviar solicitações de jogos e pra tentar arrancar dinheiro do meu bolso.
   E pra completar o dia minha mãe pediu pra eu limpar meu quarto. Mas como eu fiquei quase uma semana praticamente deitado, meus irmãos menores (Lucas e Luan... sim, eles são gêmeos e tem 7 anos) fizeram a festa. Meu quarto está cheio de tralhas infantis e lambrecado de chocolate e giz de cera.



















terça-feira, 5 de junho de 2012


Nada Além de Um Minuto!
   Esse será o novo quadro do Rabisco da Mente, uma espécie de rádio na qual as pessoas poderão indicar músicas que irão tocar por um minuto. A hospedagem será feita no YouTube, mas não será um vídeo. Além disso terá notícias, comentários e muito mais. Participem!
   (Aproveitando o post, em breve teremos um podcast, que será bem parecido, mas com outro propósito.  Aguardem!)

domingo, 3 de junho de 2012


Domingo do Game
Com Luiz Meirelles










   Fala moçada! Meu nome é Luiz Meirelles, Sou o novo inquilino aqui do rabisco da mente, e meu senhorio falou que precisava de pessoas que pudessem fazer bons videos sobre games.... Cá estou, espero que vocês curtam e se inscrevam, vou deixar aqui o desafio:
   Quem descobrir quais são as músicas do início do programa ou do final, pode escolher o jogo da semana que vem!!!!!
   Então é isso ae moçada bons jogos !!!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Novidade no Domingo do Game!
A partir desse e dos próximos domingos, contaremos com a presença do meu amigo Luiz Meirelles, que tem um canal no YouTube sobre games. Não deixem de conferir o material inédito que vem por aí!

Especial: O Diário do Blog
Por Diego Ferraz


                                Terça-Feira


   Eu queria deixar claro duas coisas, fui convidado pra escrever esse diário para o blog e tenho certeza de que será um fracasso. É possível que meu “chefe” – esse tal de Gustavo - me corte por falar isso, mas já que me convidou, agora aguente. 
   Meu nome é Diego Ferraz e tenho 15 anos. Nunca gostei desse sobrenome e minha idade é uma coisa tensa. Tem uma boa explicação pra esse lance da idade, é simples na verdade, é porque com 15 anos você só se sente grande, mas na verdade é um bebezinho da mamãe. Além disso, você é convidado pra várias festas das meninas da sua sala, esses bailes de debutantes cheios de coisas, o que eu acho um lixo. A última em que fui eu tive que dançar com uma menina que estava com os dentes SUJOS e fedendo ALHO.
   Meu nome é tenso também porque sempre tem um piadista que chega em mim e fala “SUA MÃE É A CAROLINA FERRAZ?”.  Cara, de boa mesmo, não tem a menor graça e é um saco ficar aturando esses bocós da escola me perguntando todo dia a mesma coisa. Mas não me sinto tão BULINADO – essa foi a gíria que meu professor de Sociologia inventou pra quem sofre Bullying – porque tem o Jorge Pinto Rego pra salvar a minha pele na sala. 






   Bem, quando recebi o convite pra fazer esse diário até fiquei empolgado, na hora fui correndo ao Facebook postar que meu futuro seria me tornar escritor. Mas quando fiquei sabendo que quase NINGUÉM lê isso aqui, confesso que desanimei, nem ia escrever esse diário, mas esse Gustavo insistiu muito. Desejo toda sorte pra ele, mas sei lá, acho que isso aqui não vai pra frente não.
   Por falar em Facebook, acho que seus tempos bons já se foram, hoje em dia tem uma guerra de imagens e indiretas por lá. Mas tudo bem, porque prefiro jogar Diablo III do que ficar por lá perdendo meu tempo, mesmo com os joguinhos do Facebook, que são muito piores (The Avengers nem é tudo isso).
   Mas hoje eu não vou poder ficar jogando, minha mãe vai me levar pra tomar a vacina de 15 anos. Eu não sei se acredito nas pessoas, mas todo mundo fica me botando medo como se a agulha tivesse 15 metros. Mas o que me preocupa na verdade são aqueles idosos que sempre que vou aos postinhos de saúde, sempre estão perto de mim e ESPIRRANDO. Desse jeito vou ter que tomar várias injeções pra não sair de lá doente.



























(Até a próxima terça!) 

segunda-feira, 28 de maio de 2012



Netinho Que Bate-Bate
Por Gustavo Gonçalves

Político que bate bate
Político que já bateu
Gosta de surrar ela
Depois nega o que cometeu


Político que bate bate
Político que já bateu
A mulher que eu surrava
Não surrava como eu


domingo, 27 de maio de 2012


Estreia do Diário do Blog!
Nesta terça-feira irá estrear uma série em forma de diário, para isso convidei meu amigo Diego Ferraz, que contará suas desventuras. A série contará, inclusive, com desenhos! Não percam!  

Domingo do Game









   Cara, todo mundo tem um ladrãozinho dentro de si, mas ao invés de fazermos besteiras, jogamos! Acredito que The Crims foi o que chegou mais próximo de um "GTA Brasil". Enfim, o jogo não possui uma interface com gráficos, como o GTA, ele é bem simples, seu objetivo é puramente baseado na estratégia, como um Banco Imobiliário.
    Mesmo sendo tão limitado, The Crims já teve seus tempos áureos e não foi à toa, pois o jogo possui uma forma muito cômica de opções para executar cada ação, como roubar, comprar armas, drogas e outros. Para quem não faz ideia do que estou dizendo, você pode roubar o Carrefour ou as Casas Bahia, por exemplo. Se você nunca jogou ou está afim de relembrar, este é o site: http://www.thecrims.com/.
   O vídeo que segue está meio precário, porque ele não detalha bem cada coisa (sem contar que acaba do nada), mas foi o mais breve que encontrei, confiram:

sábado, 26 de maio de 2012


Pinte, esprema sua mente!
Essas belas pinturas são da minha amiga Erika, que mora na Colômbia, como podem ver, ela manda muito bem!




























quinta-feira, 24 de maio de 2012



Quando a Primavera chegar
Por Jaqueline Masotti


   Cansada de esperar que as flores brotassem depois de um longo inverno, sentei-me e observei o sol chegar nas planícies. Tudo estava se modificando e a primavera estava finalmente aparecendo, e algo dentro de mim estava, assim como as flores, nascendo. Um novo amor? Uma nova alegria? Uma nova felicidade? Nunca saberia dizer o que a Primavera estava trazendo para mim dessa vez. Apenas esperava que fosse algo capaz de me dar esperanças. 
   As nuvens iam cada vez mais longe, deixando apenas um leve vestígio de sua existência. Tudo ao meu redor era belo e tranquilo. Eu nunca, em toda a minha vida, havia me sentido tão bem. Mas algo em mim, infelizmente, me fazia crer que aquela paz era apenas uma ilusão. 
   A noite chegou tão rápido quanto as nuvens se foram. As estrelas apareceram e logo me senti um pouco melhor. Mas isso não significava muito. Meus pesadelos, com o chegar da Noite, apareceram em imagens altamente nítidas, que acabaram por me fazer cair aos prantos, molhando a terra na qual minhas esperanças foram plantas. E ali, naquele lugar, nasceu uma flor. Não uma flor qualquer. Uma flor de tristezas e esperanças. Uma flor que irradiaria todos os meus sentimentos durante o belo frescor da primavera.




terça-feira, 22 de maio de 2012


Especial: Coluna Europeia
Por Sheila Nascimento

                                           Continuação - Final


Deixando de lado todo o encanto do Renascimento, havia chegado o momento de vivenciar toda a grandeza do Império Romano. Nosso passeio do dia seguinte contou com a ilustre presença de um indonesiano que conhecemos no hostel. As principais ruínas do império se concentram em uma região da cidade. Nesta área se encontram o Colosseo, o Palatino e o Foro, além do parque onde funcionava o Circus Massimus. Sim, fiquei fascinada com tudo o que me foi apresentado naquele lugar! As abóbadas do grande anfiteatro saíam dos livros de arte e se materializavam diante dos meus olhos; senti-me pequenina dentro do Colosseo. Imaginei como os espetáculos aconteciam lá dentro, o barulho da multidão e onde os espectadores se sentavam para assistir às caçadas e às batalhas navais e de gladiadores. Verdadeira política de pão e circo. Achei o máximo. Tanto quanto os arcos de triunfo de Constantino e Tito. Tanto quanto as ruínas do Palatino, que me instigaram ainda mais a imaginação: templos representados apenas por colunas, basílicas e fóruns dos quais restavam algumas pedras, regiões ainda em escavação. Riqueza!

Colosseo di Roma.

Vista geral das ruínas romanas.

           Já era noitinha quando chegamos à Piazza del Campidoglio, projetada por Michelangelo. Um lugar simpático que é o coração do museu que abriga a fabulosa obra de bronze da loba alimentando os irmãos Romolo e Remo. Muito próximo se encontra um prédio lindíssimo, o Vittoriano, que recebe muitos turistas devido a exposições temporárias. As luzes dão um encanto à cidade noturna, que nesse momento se apresenta para o segundo ato do espetáculo, este mais glamoroso e convidativo. A Fontana di Trevi aparece no palco, e todas as luzes da cidade se voltam para ela. A água que jorra da fonte dos deuses parece mágica e capaz de envolver todos os desejos. Uma curiosidade: dizem que cerca de 4000 euros são arrecadados toda semana graças aos turistas que não hesitam em seguir a tradição de lançar uma moedinha para que possam assegurar seu retorno à cidade histórica.

Detalhe da Fontana di Trevi.

                                                                                          Pantheon.

Restava apenas um dia naquele lugar encantado. Ainda na dúvida sobre o que fazer para aproveitar os últimos momentos, dois lugares eram prioridade no nosso roteiro: o Pantheon e a Chiesa San Luigi dei Francesi. Passamos rapidamente por uma exposição de imigração italiana no Vittoriano, derretemo-nos por uma loja do Pinocchio todinha de madeira e almocei um spaghetti a carbonara. O Pantheon foi o grande templo pagão dos romanos, mas atualmente é um local cristão. Seu formato redondo era uma reverência ao deus Sol. O mais curioso lá dentro se encontra acima dos olhos: a abertura central do teto, que confere toda a luminosidade do ambiente. E sim, chove lá dentro! Grande surpresa também tive ao entrar na Chiesa San Luigi dei Francesi. Uma igreja pequena e comum, não fosse pela magnífica obra barroca presente no altar principal: La Vocazione di San Matteo, de Caravaggio. Eu já havia visto Caravaggio no Louvre, mas foi diante das pinturas da vocação que compreendi o que o diferenciava de todos os artistas. A iluminação de suas pinturas no jogo claro-escuro é inconfundível e de uma perfeição tamanha que sentimos como se uma lâmpada estivesse acesa na cena real. Meu dia já havia valido a pena.
         Despedimo-nos da cidade passando pela aconchegante Piazza Navona e seguindo pelo Corso Vittorio Emanuele, Piazza Venezia e Via Nazionale, até que chegamos à estação Termini novamente, onde tomaríamos um ônibus rumo ao aeroporto. Eu estava deixando Roma com a sensação de ter acabado de assistir a um filme que tem continuação. No mínimo uma trilogia. Eu sei que preciso voltar àquele lugar. Ao menos para matar a vontade do gelato e do caffè. Para visitar alguns museus. Para comprar roupas. Para viver o espetáculo mais uma vez e descobrir muitos outros tesouros...
         Uma dica: evitem passar a noite em um aeroporto!        

























Eu viveria para sempre em uma rua como esta.

segunda-feira, 21 de maio de 2012



Pior que Um Soco na Cara 
Por Gustavo Gonçalves


   Ser bonzinho, o carinha gente fina, aquele que está sempre presente nos momentos difíceis, isso tudo não dá em nada. Quem sabe isso desse certo nos anos cinquenta. Sabe quem faz isso hoje em dia? Os adoráveis "amiguinhos" e que receberão eternamente esse título. 
   Há meninas que vivem dizendo que não encontram alguém, ou que todos os homens são iguais. É bem compreensível que tenham essa opinião, já que estão sempre correndo atrás do mesmo tipo de homem, que não é o "amiguinho". Que fique certo que essas meninas não procuram um homem, mas sim um príncipe de seus sonhos e nos moldes apropriados para suas amigas. Entretanto, essa é uma felicidade falsa, um dia será alcançada e no dia seguinte perecerá. Não se trata de rogar praga, abra os olhos e conte quantas vezes já não ocorreu com outras.


   É óbvio que essa circunstância não cabe a todas as meninas, há aquelas com personalidades excêntricas e as mais experientes que já se cansaram dessa bobagem. Contudo, aprender não vai voltar ao passado, curar os corações partidos, as lágrimas derramadas e reverter a frase "apenas amigos" da mente de alguns. Não se trata de uma vida da Disney, onde tudo acaba bem, abra os olhos enquanto é tempo, se não o remorso vai consumir suas entranhas um dia.
   Ser bem sucedido significa estar feliz com aquilo que se almejava. Matéria por matéria continua na estática insignificante de não se conseguir nada. E ao contrário do que dizem, isso não é possuir maturidade, mas ter sinceridade consigo mesma (ou "mesmo", já que também há a versão masculina desse caso). Mas enquanto preferir acreditar nesse molde fútil de vida, continue falando que tudo é igual e decadente.

domingo, 20 de maio de 2012


Domingo do Game








   Para essa semana escolhemos o jogo Grand Chase. Não que ele seja o MMORPG mais complexo do mundo e com o melhor gráfico, mas para um jogo ser bom ele tem que ser viciante, e isso Grand Chase consegue facilmente. O jogo tem uma interface bem intuitiva, não é aquele tipo de jogo que você vai descobrir como usar equipamentos depois de duas semanas . O jogo tem crescido cada vez mais, possui um número de missões, personagens, skills e equipamentos muito amplo. A melhor parte é que o servidor original é brasileiro (ou seja, em português) e gratuito (obviamente possui itens pagos, mas isso é dentro do jogo e opcional). Se você ficou interessado, este é o site da Level Up: http://levelupgames.uol.com.br/grandchase/ . O vídeo que segue é da atualização anterior a recente, que foi feito para a "Season 3", a atual se chama "Chaos", porém demonstra bem o estilo do jogo.

sábado, 19 de maio de 2012


The Walking Dead In My Life
Por Gustavo Gonçalves

   Quem dera vivêssemos em um mundo zumbi, pessoas horríveis apodrecendo enquanto caminham e fazendo de tudo pra arrancar minhas entranhas e sugar meu sangue. Isso pode soar insano, mas seria bom, sabe por quê? Bem, é simples a resposta, é porque já vivemos em um mundo zumbi, porém, com vários seres putrefatos disfarçados. É totalmente comum em nossas vidas nos depararmos com pessoas que são de uma personalidade totalmente podre, mas ainda assim continuarem a caminhar por aí com seus rostos bonitos. Também há aquelas que estão doidas pra sugar seu sangue, essas que o fazem de um perfeito serviçal. Percebeu a ironia? Quem dera eu vivesse num mundo tão sincero quanto o de Rick Grimes.



















(Sugestão: Depois desse texto indico "Civilian" do Wye Oak, segue a música abaixo)