segunda-feira, 7 de maio de 2012

Depressão Ceboliana 
Por Gustavo Gonçalves


   Filmes românticos ou dramáticos, o óbito alheio, a pobreza alheia ou até mesmo a fome alheia podem lhe proporcionar profunda tristeza e algumas lágrimas. Entretanto, nada se compara ao imbatível poder da cebola. É uma pseudo-tristeza, não se sente nenhum mal emocional, e ainda assim se chora. Quer melhor artifício que este? Não precisa ter sofrido uma decepção amorosa, a perda de um ente querido ou qualquer tipo de tragédia para se sofrer de depressão ceboliana. É simples, corte cebolas e então sofre. Apenas seus globos oculares sofrem, e o emocional permanece intacto. 






   Não inveje mais as carpideiras, você tem cebolas! Corte-as e pronto, tem um novo ofício. Forma barata e sem técnicas martirizantes. É deveras um produto natural fascinante. Freud se esqueceu de incluir em suas teses o potencial desse bulbo. Contudo, nosso querido ogro Shrek se pôs a refletir um pouco: As cebolas tem camadas. Profunda reflexão esta, que descreve a variabilidade interpretativa desse vegetal. O mundo ainda venderá esta propaganda quando nos saturarmos de felicidade "Pique essa cebola você também, chega de sorrisos, chegou a sua hora de sofrer!". Afinal, o que queremos? Seja o que for, só não se esqueça da depressão ceboliana.

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